terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Quer saber de uma coisa?

Esta, deliciosa, vem do Blog do Noblat:

    - Bom dia, falo com Luiz Cappio? - perguntou por telefone o repórter Thiago Interaminense, da Radiobrás, ligando de Brasília. Eram 18h40 de ontem.

    - Sim.

    - O sobrinho de Dom Luiz Cappio?

    - Ele mesmo.

    - Meu nome é Thiago, sou da TV Brasil e estamos acompanhando as negociações entre o governo e a Igreja Católica sobre as obras de transposição do Rio São Francisco. Queremos algumas informações sobre a greve de fome do bispo. O senhor pode falar agora?

    - Sim. Claro.

    - Bom, nós queremos saber como está a saúde do bispo. O senhor anda acompanhando ele em Sobradinho [município da Bahia onde o bispo permanece em greve fome]?

    - Claro. Ele anda fraco e os médicos o dissuadiram de dar entrevista por causa de sua saúde debilitada.

    - Sim claro. Sabemos que o bispo recebeu de algumas pessoas várias doações em alimentos e queremos saber se ele anda consumindo algum tipo de alimento ou usando medicação ou líquidos.

    - Vocês estão loucos! Como assim se alimentando? Você está falando de um bispo da Igreja Católica.

    - Sim, mas...

    - Oh Thiago, quer saber de uma coisa? Vá à merda - respondeu o sobrinho do bispo. E desligou o telefone.

4 comentários:

Anônimo disse...

Se foi verdade, a realidade consegue, realmente, ser de um humor negro insuperável. Se foi apenas "literatura", achei de baixíssimo nível. Quem está bem informado do assunto, sabe que as razões do bispo são justíssimas. Espero que o governo não faça a besteira de torná-lo un mártir.

Marcelo disse...

Parece ser realidade. Achei chato da parte do sobrinho do bispo. A pergunta feita pelo repórter não foi irrazoável.

Anônimo disse...

É caros, realmente o diálogo é real. É duro vivenciar de uma pessoas ligada a Igreja Católica uma reação tão brusca e ríspida. Mas foi o que aconteceu. Só fiz minha parte em apurar os fatos para saber se o que foi dito pela Veja é verdade ou não.

Marcelo disse...

Seja bem-vindo, Thiago. Pois é, era uma chance de a família se manifestar. O caso foi folclórico, não foi exatamente o caso, mas quando você sofrer ou ficar sabendo de alguma ameaça ao trabalho jornalístico, entre em contato comigo. Sou o correspondente no Brasil do projeto de alertas do Comittee to Protect Journalists. Sempre fico de olho nas mínimas agressões que os jornalistas sofrem.