Meus respeitos

Descobri há relativamente poucos anos a fase elétrica do Miles Davis. Cada vez em que ouço "In a Silent Way" ou "Tribute to Jack Johnson", fico intrigado com a forma como os pedacinhos de música se sobrepõem. Mais do que um trabalho de tocação de música, é um trabalho de colagem, de edição. E muito disso se deveu ao produtor Teo Macero, que morreu na terça-feira.

Foi uma fase interessante, musicalmente, especialmente se você é um fã de rock como eu. O que são aquelas guitarras do John McLaughlin, por exemplo?

Eric Hobsbawm anota, em "Uncommon People", que essa fase do jazz não teve um impacto muito grande no grande esquema desse tipo de música. O Miles Davis de "Kind of Blue" ainda influencia mais que o de "Bitches Brew". Mas, numa fase em que o rock chegava ao topo de sua experimentação, isso abriu ainda mais o leque dos fãs do ritmo, demonstrando o quanto estão certos os que dizem que só existem dois tipos de música - a boa e a ruim.

Tirando o meu metafórico chapéu para Macero, posto abaixo uma entrevista com ele e um trecho do Homem do Trumpete tocando Bitches Brew.