A Folha tentou obter os dados das notas com as quais os parlamentares justificam o recebimento de verbas indenizatórias. Dos 594, apenas 14 forneceram. A reportagem informa que a Câmara não fiscaliza as notas, apenas confere os valores. São esses os cavalheiros e madames que vão investigar em CPI o uso dos cartões corporativos (que, diga-se, merece ser observado a fundo).
Observar a forma como os pedidos foram recebidos diz muito sobre o quanto suas excelências prezam a prestação de contas à sociedade:
- Um assessor de gabinete fez questão de rasgar o ofício na frente do funcionário do jornal que os distribuía na Câmara. Outros tantos o atiraram direto na lixeira.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, ficou irritadinho:
- "[O repórter] se outorgava, parece-me, a um papel que não cabe a um jornalista. Ele não tem poder de polícia, não representa o Ministério Público nem tampouco o Poder Judiciário. Ouvi vários líderes e dezenas de deputados e deputadas e não tenho nenhuma dúvida em afirmar que aquilo causou uma indignação, dada a atitude que podemos chamar de desrespeitosa com o Poder."
Atitude desrespeitosa com o Poder. Pois sim. O que sua excelência tem medo que apareça?
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O Senado começa a divulgar os gastos de verba indenizatória nesta segunda. Mas sem os detalhes das notas, aparentemente.
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