quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Literalmente levando bomba na escola

O Diário de S.Paulo conta a história de alunos que fizeram uma bomba caseira, colocaram na escola, filmaram e puseram o vídeo no YouTube. Fui procurar o vídeo e encontrei. São dois vídeos. No primeiro, o cara explica o motivo: "pra vê si nóis sai mais cedo".

OK, não chega a ser novidade que façam isso. Quando eu estudava em escola pública, por várias vezes alguns espertos ligavam para a escola ameaçando com bombas, com a mesma justificativa. Geralmente em dia de provas. Nunca esqueço que perdi o show do Black Sabbath em Porto Alegre, em 1992, porque tinha prova de não lembro o quê. Física, acho. Fiquei muito irritado quando cheguei à aula e o Piratini estava fechado por uma ameaça de bomba. Nem fiz a prova, nem vi o Black Sabbath.

O que me deixou chocado mesmo foi a quantidade de outros vídeos com outras bombas em outras escolas. A mera ameaça de bomba fecha a escola, mas a possibilidade de mostrar pra todo mundo faz com que mais bombas se tornem reais.

Mas nem é isso o problema. Deve ser relativamente fácil à polícia, com o apoio do Google, encontrar pelo IP os engraçadinhos que fizeram isso. Junte a isso o advogado preso porque criou um perfil falso (um dos famosos fakes) de uma colega de trabalho no Orkut. Junte-se a isso também o nunca assaz lembrado projeto de lei do senador Eduardo Azeredo.

Que a internet é um parquinho de diversão para idiotas de toda sorte nunca foi novidade. O problema está no fato de esse tipo de falta de noção apenas reforçar os argumentos de gente que quer reduzir o grau de liberdade na internet.

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcelo,

li essa matéria da Folha, Alunos de SP usam celulares para gravar e divulgar violência, e lembrei desse seu post aqui.

Também há pouco tempo, vi uma matéria sobre bullying, na Scientifica American Brasil, numa edicão especial sobre juventude (pena que não estou achando o conteúdo online e não consigo lembrar os detalhes).

Os dados são preocupantes. Muito preocupantes.

As futuras consequências mais ainda. :-(