O Tribunal Superior Eleitoral é muito otimista. Até demais. Tanto que não acredita no que o Delúbio Soares diz.
Pois o tribunal abriu a possibilidade de doadores voluntários fiscalizarem pela internet se os candidatos declararam direitinho, voluntariamente e antes da eleição, os recursos que eles doaram.
Pessoalmente, duvido que funcione, até porque a declaração em tempo real é tabajara. Pra quem não acompanhou: nas eleições de 2006, abriu-se a possibilidade de os candidatos voluntariamente apresentarem declarações parciais de quem doou para suas campanhas, nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, durante o período eleitoral. São esses dados que os doadores voluntários fiscalizariam, pelo que eu entendi, ao menos num primeiro momento.
Declarações em tempo real são importantes para tomar o pulso das campanhas e para evitar maquiagens de última hora. Quando voluntárias, porém, só declara quem quer. Foi o que houve: muito poucos quiseram, pelo que eu acompanhei. Se fosse obrigatório, como ocorre nos EUA, seria diferente. Mas é difícil passar, por um motivo candidamente explicado pelo ex-tesoureiro do PT, expert no assunto:
- "Transparência assim é burrice. Porque doador não gosta de ver seu nome ligado a doações."
Segundo os argumentos dos políticos, os maiores interessados em NÃO aparecer são os doadores, pra evitar que arrecadadores fiquem incomodando em suas portas. Nunca engoli direito esse argumento, mas também não imagino que um mecenas de campanha vá reclamar ao TSE se o seu candidato não declarou seu donativo.
A ver, portanto.
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