domingo, 23 de novembro de 2008

Back to basics

Já repararam como, nos últimos anos, várias manifestações da cultura pop resolveram voltar à origem dos personagens? Os dois filmes mais recentes do James Bond são isso. O filme anterior do Batman, "Batman Begins", tratou disso. Durante anos, fez sucesso a minissérie "Smallville", com as histórias do Superman antes de ser o Superman. Até o Che Guevara antes de ser o Che Guevara apareceu em "Diários de Motocicleta". Das três primeiras partes de Star Wars, nem se fala - até porque é outro conceito.

Nesta semana, li sobre um futuro filme de Jornada nas Estrelas que mostrará o início da amizade entre Kirk e Spock e sobre filmes com os X-Men antes dos filmes dos X-Men. A Marvel Comics, diga-se, investiu pesado nisso no início da década, ao sair de uma pesada crise financeira que quase levou a empresa à falência. Eles apostaram em filmes bem-produzidos (sendo o primeiro o dos X-Men) e numa linha de quadrinhos que recontasse do zero as histórias dos heróis conhecidos - a linha Ultimate, publicada aqui em "Marvel Millenium: Homem-Aranha".

Outra coisa que tenho percebido é a tendência de ressuscitar autores por meio de outros. Já li "The Godfather Returns", escrito por Mark Winegardner - que venceu um concurso feito pela família de Mario Puzo. Agora, saiu no Brasil "A Essência do Mal", de Sebastian Faulks "assinando como Ian Fleming". É uma nova história de James Bond. No caso do Chefão, o estilo de Winegardner não é muito fiel a Puzo - o original era muito mais sutil. Mas o novo autor não faz feio. No caso de Bond, ainda não li pra fazer meu juízo.

Se isso acontece, é porque há demanda, porque agrada. O que vocês acham desse tipo de livro e filme?

2 comentários:

Anônimo disse...

No caso dos quadrinhos, me parece uma renovação necessária para conseguir novos públicos - que se "encorajariam" para acompanhar algo novo. No caso dos filmes, pode ser isso também, mas acho que relacionado a uma fatia que não acompanha quadrinhos, e que passa a se familiarizar melhor com esses personagens, podendo inclusive atraí-los para as HQs. Isso é importanete porque, do contrário, corre-se o risco de sempre atingir só um tipo de público, aquele que já é consumidor.

Marcelo disse...

No caso dos personagens dos gibis, é esse o objetivo declarado desde o início. O que me intriga é quando a coisa segue adiante para o James Bond, o Che Guevara e o Spock. Parece ter um padrão aí, digamos, "cultural". A explicação mais fácil me parece ser mostrar personagens conhecidos em situações mais próximas à idade da média do público. Mas é uma explicação fácil demais.