quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Entenda o Legislativo em três parágrafos (mais um de pós-graduação)

A matéria abaixo, do Estadão, ilustra boa parte do que você poderia aprender sobre o Legislativo brasileiro lendo vários livros sobre

1) A relação entre a política municipal e a correlação de forças no Congresso;

2) Patrimonialismo e a forma como o Legislativo gasta o nosso dinheiro;

3) Regimento da Câmara dos Deputados;

4) Por que raios suas excelências votaram contra abolir a obrigatoriedade do paletó.

São estes os três parágrafos - e entre nos links para conhecer melhor os rapazes:

    TRABALHO DE UM DIA CUSTA R$ 99 MIL

    A manobra política de seis secretários estaduais e municipais que reassumiram os mandatos de deputado apenas para votar na eleição da Mesa Diretora vai custar aos cofres da Câmara R$ 99 mil. Para ficar poucos dias ou até menos de 24 horas na Casa, cada um receberá o equivalente ao salário de um mês - R$ 16,5 mil. O benefício, chamado "indenização", é pago aos parlamentares todo ano no início e no fim dos trabalhos legislativos, a título ajuda de custo pelo deslocamento e outros gastos que permitem o comparecimento às sessões. Vale para os titulares e para os suplentes, na primeira vez que assumem o mandato a cada ano.

    Na segunda-feira, reassumiram os mandatos os secretários estaduais Alberto Fraga (DEM-DF) e Osmar Terra (PMDB-RS) e os municipais Walter Feldman (PSDB-SP) e Jorge Bittar (PT-RJ). Em 29 de janeiro, reassumiu o secretário de Trabalho do Distrito Federal, Bispo Rodovalho (DEM), e, no dia seguinte, foi a vez do secretário de Desenvolvimento Urbano do DF, Cássio Taniguchi (DEM).

    Todos são eleitores do novo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e a maioria, dizendo-se surpresa com o vencimento adicional, prometeu doar o valor recebido a uma instituição ou encaminhar ofício à Câmara pedindo que o depósito, previsto para o dia 10, não seja feito. Quando os deputados voltam às suas secretarias - o que já aconteceu com Bittar, Fraga e Taniguchi -, os suplentes assumem e também recebem a ajuda de custo. Temer disse que não tem como alterar o decreto legislativo que garante esse benefício tanto a titulares quanto a suplentes. Para tanto, é preciso o plenário aprovar novo decreto alterando o que está em vigor.

Quer se especializar mais no assunto? Um parágrafo, da Folha:

    O novo corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), colocou à venda um castelo com torres de até oito andares e 36 suítes, inspirado nas construções europeias e erguido no interior de Minas Gerais. Por US$ 25 milhões é possível comprar o imóvel, informa por telefone o corretor. Contudo, Moreira declarou à Justiça Eleitoral em 1998, 2002 e 2006 apenas uma casa e um terreno, avaliados em R$ 17,5 mil. O deputado se recusa a comentar o assunto.

2 comentários:

Anônimo disse...

É por isso que jamais votei em todos esses partidos citados.

Marcelo disse...

Não sei se adianta muito se guiar pelo partido. Primeiro, porque bem ou mal todos eles nos representam. Segundo, porque o dinheiro que eles gastam saiu também dos seus impostos. Terceiro, porque mesmo seus colegas de outros partidos dificilmente vão falar contra, porque eles também se beneficiam de um modo ou de outro. Quarto, porque, se for olhar quem escolheu o Temer para a presidência da Câmara ou o outro para o conselho de ética da Casa, é bastante possível que haja lá deputados do partido em que você vota. Acho mais interessante ficar de olho em todos eles sempre.