No meio do carnaval, a Folha descreve a folia dos gastos opacos no Congresso:
- Responsável por um Orçamento de R$ 6,3 bilhões neste ano (que supera a receita anual da Paraíba), o Congresso ainda tem pouca ou nenhuma transparência sobre a aplicação da maior parte desses recursos.
A Câmara dos Deputados decidiu na semana passada que colocará na internet a prestação de contas da chamada verba indenizatória --para ressarcimento de gastos com escritório nos Estados--, mas essa rubrica representa apenas 15%, em média, de tudo aquilo que é destinado aos congressistas a título de auxílio ao mandato.
A prestação de contas e os dados de todas as outras verbas permanece, na maior parte, sob sigilo. Um exemplo se dá em relação à cota destinada à compra de passagem aérea, que reserva, mensalmente, valores que podem chegar a R$ 20 mil.
Como é comum não haver uso de toda a cota, parlamentares emitem bilhetes em nomes de terceiros. Na Câmara, só é sabido o valor da cota reservada a cada Estado: não há informação sobre quanto cada um usou nem o beneficiário do bilhete.
No Senado, sabe-se apenas que cada senador tem direito a quatro passagens mensais ida e volta, de Brasília ao Estado.
Sobre as cotas postais, telefônicas, no uso da gráfica e do auxílio-moradia, há apenas informação sobre o valor a que cada um tem direito: não é possível saber o teor das cartas enviadas aos eleitores, o gasto telefônico de um parlamentar ou o quanto ele usa de auxílio-moradia.
O sigilo se estende à folha de pessoal. É quase impossível saber quem são, quantos são e onde trabalham os assessores dos gabinetes dos congressistas --é preciso pesquisar em uma infinidade de informações pulverizadas em boletins internos.
Pena que só fanáticos como eu lêem jornal no meio do carnaval.
Um comentário:
Marcelo, tenho acompanhado o teu blog recentemente e leio todos os posts. Antes de mais nada, parabéns!
Fiquei de certa maneira triste quando você anunciou uma pausa no blog, ainda bem que foi momentanea.
Pena mesmo é que muitos têm aversão à política: ora, acham que nada têm a ver.
Eu não sei o que estes parlamentares têm na cabeça que não cai a ficha de que são figuras públicas, foi uma escolha deles. Ninguém obrigou-os que se candidatassem, mas como em algumas "democracias" (considero esta palavra uma utopia, em minha opinião inexistente desde a Grécia) é uma farra, simplesmente ignoram o custo de oportunidade que acarreta em obter poder para o exercício do cargo.
O maior culpado pelo comportamento destes homens públicos é o próprio povo. Nós o acostumamos mal.
Aos poucos a gente chega lá, o teu post é muito válido, eu sou a favor de saber o eles andam gastando, seria muito mais interessante o Big Brother dos Três Poderes. Até que a idéia não é má.
Abraços.
Mauro Marcionilo
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