sábado, 21 de fevereiro de 2009

A vantagem de ser irmão do policial

Diz O Globo que o irmão policial do suspeito de ter matado o guri e estuprado a guria no morro do boi está participando da investigação. Aliás, qual é o nome desse irmão policial? Se fosse publicado, era um fator de pressão a mais.

E o delegado do caso muda sua versão mais rápido do que a Paula Oliveira na Suíça - e ainda tenta censurar um repórter, como se pode ver na transcrição da entrevista abaixo, feita por um repórter da Gazeta do Povo:

    Repórter - O senhor pode conversar comigo sobre a matéria que saiu na agência (Agência Estadual de Notícias, do governo do estado)?

    Cartaxo - Não. É aquilo lá. Sem comentários.

    Repórter - Só uma pergunta, por gentileza. O senhor me disse na sexta-feira (13) que não havia sido roubado nada do casal. E hoje veio a informação do indiciamento por latrocínio (roubo seguido de morte);

    Cartaxo - Eu não lembro de ter dito isso para você.

    Repórter - Está gravado aqui.

    Cartaxo - Ah, você gravou? Então eu devo ter me enganado.

    Repórter - O que mudou nesses (sete) dias?

    Cartaxo - O depoimento dela. Foi feito na quinta-feira.

    Repórter - Pois é, mas a gente conversou na sexta-feira.

    Cartaxo - Não, o depoimento dela foi na segunda-feira.

    Repórter - Na segunda-feira agora?

    Cartaxo - É.

    Repórter - E roubaram o que deles?

    Cartaxo - Dinheiro.

    Repórter - Quanto?

    Cartaxo - Ah, vai. Tá na matéria? Você quer me derrubar de novo?

    Repórter - Não.

    Cartaxo - Então não me pergunte isso. Se não tá na matéria não é para noticiar.

    Repórter - Roubaram dinheiro deles então?

    Cartaxo - Acho que sim.

    Repórter - Algum outro objeto de valor? Máquina, alguma coisa.

    Cartaxo - Eu não vou te esclarecer isso, Karlos. P..., mas que coisa!

    Repórter - Mas, doutor...

    Cartaxo - Ah, pô. Ah, para de me encher o saco, c...

    Repórter - Mas não elucidou o caso?

    Delegado desliga o telefone.

Dá pra levar a sério um país destes?

Eu elogiei logo no começo o retrato-falado da polícia paranaense. Mas agora acho que não adianta fazer bons retratos falados se o nível de arbitrariedade é esse.

3 comentários:

Sem Papel e Tinta disse...

pede pra sair, delegadozinho!

Anônimo disse...

Ola,

Eu fui humilhado, difamado na empresa que trabalho por um homosexual, que tentou me assediar. Denunciei o caso para a diretoria e depois fui ate a justiça do trabalho com novas denuncias.

A empresa colocou cameras e ficou a observar o comportamento dos funcionarios (tipo big brother) que ficaram indignados e passaram a defender o homosexual.

Como represalia o irmão dele que era antigo na empresa, e o cunhado (da policia civil), promoveram uma processo de desconstrução moral contra mim.

Com ameaças veladas de amigos policiais e monitoramento de pessoas relacionadas a empresas de segurança (prestam serviços em farmacias, supermercados...) que detém o monopólio aqui na minha pequena cidade.

Hoje em dia em cada lugar que vou, sofro uma represalia, uma ameaça, um constrangimento.

Concluindo, voce pode ser estuprado e morto (no caso do casal do paraná), humilhado, assediado, ameaçado, e mesmo assim SEMPRE vão defender aquele que tiver influência de amigos, não importa o quanto errado voce esteja.

Obrigado

Anônimo disse...

Como podemos não ficar indignados com um absurdo desses?
Esse tipo de conduta tem sido tão comum, além de outros absurdos cometidos pelas autoridades, que temos que nos cuidar para que não achemos que além de comuns, são condutas esperadas.