Ontem, dois assessores parlamentares foram pegos em duas ações diferentes da Polícia Federal.
Eurípedes Marinho dos Santos, funcionário do deputado Joaquim Beltrão (PMDB-AL), aliado de Renan Calheiros, foi preso pela Operação Carranca, da Polícia Federal. A Folha descreve assim o esquema atacado:
- A operação prendeu 21 pessoas --uma ontem e as outras anteontem-- suspeitas de fraudes em licitações e desvio de verbas federais envolvendo convênios com pelo menos 12 prefeituras de Alagoas.
A polícia diz que ainda não há provas de que emendas parlamentares foram destinadas às obras sob suspeita. Segundo a Folha apurou, a polícia pretende inicialmente centralizar as investigações sobre as empreiteiras que participaram do esquema, para só depois, com informações dos depoimentos, apurar se havia desdobramentos do esquema em Brasília.
Uma das empreiteiras investigadas, a Lacerda Engenharia Ltda., tem ao menos dois contratos com a Prefeitura de Murici, a partir de convênios com a União, que somam R$ 5,5 milhões. A cidade é administrada por Renan Calheiros Filho (PMDB), filho do senador.
Ou seja: aparentemente, pode se tratar de um esquema com a "tecnologia" do caso dos Sanguessugas. O Estadão perfilou a empresa e seu robusto crescimento em três anos.
O outro assessor parlamentar preso ontem é Carlos Rudiney Matoso, que foi fotógrafo da Presidência do Senado. O caso dele é bem mais rudimentar: muamba.
O Congresso Nacional não divulga a lista dos funcionários que assessoram os representantes do povo e dos estados. Se propuser isso às Casas, vão reclamar que é um absurdo. Ocorre que isso é importante, porque de tempos em tempos algum funcionário do Legislativo é pego em trampolinagens - como no caso dos Sanguessugas, por exemplo. E sempre aparece alguém para negar.
Não custa lembrar que, na Espanha, os parlamentares reclamam de não ter funcionários sequer para responder seus e-mails. No Brasil, nossos parlamentares têm tantos funcionários que sobra tempo até pra alguns fazerem esse tipo de coisa.
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