sábado, 10 de novembro de 2007

Faroeste alagoano

A juíza Maria Valéria Lins Calheiros, de Maceió (AL), proibiu por meio de liminar o jornal "Novo Extra" (tiragem: 6.000 exemplares) de mencionar direta ou indiretamente o nome do deputado Olavo Calheiros em seu noticiário. Segundo a Folha publicou em 2005, a semelhança entre os sobrenomes da juíza e do deputado não é exatamente uma coincidência: ela seria casada com um primo do parlamentar.

Há dois anos, o jornal vem publicando reportagens sobre os negócios da família Calheiros, muito influente na política alagoana. Algumas matérias acusavam Olavo Calheiros de crimes ambientais e de usar violência contra seus empregados. Fernando Araújo, editor-chefe e um dos donos do jornal, classifica a decisão como uma espécie de censura prévia, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Não é a primeira vez em que a juíza se envolve em controvérsias com a imprensa alagoana. Em 2002, um texto do jornal "A Notícia" acusava Maria Valéria Calheiros e outros dois juízes de terem recebido propina de um prefeito em troca de votos favoráveis na decisão sobre a cassação de seu mandato por crime eleitoral. Por ordem judicial, todo o equipamento eletrônico do jornal foi aprendido, segundo nota publicada na época pelo Observatório da Imprensa.

Além de primo do marido da juíza, Olavo Calheiros também é irmão do senador Renan Calheiros, que propôs a abertura de uma CPI sobre a transferência do controle acionário da operadora de TV por assinatura TVA depois que a revista Veja publicou diversas reportagens sobre acusações de irregularidades imputadas ao senador - inclusive aquela que levou Mônica Veloso das páginas de política às da Playboy. Tanto a TVA quanto a Veja pertencem ao grupo Abril. Para o grupo, o pedido de CPI seria uma "vendeta".

Um comentário:

Denise com s. disse...

Muito boa tarde!
Cheguei ao seu blog por indicação da Lucia Freitas, jornalita que está me ajudando a escrever uma matéria sobre bogs jornalísticos. Gostaria de contar com a sua ajuda também, é possível?
Peço me enviar um email, porque preciso muito perguntar algumas coisas para vocÊ (se for do seu agrado, é lógico).
Obrigada desde já.
Denise Moura
denisejmoura@gmail.com