Falta uma semana para o natal e você ainda não sabe como presentear algum amigo ou colega? Tomo a liberdade de dar algumas dicas de livros, CDs e DVDs:
História do Mundo em 6 Copos, de Tom Standage
Com uma diferença de um mês, dei de presente a um tio que fazia 90 anos e um mestre que completava 45. Agradou aos dois iguais. Afinal, quem é que não gosta de beber algo para lubrificar uma boa conversa? Não precisa ser necessariamente com álcool: o editor de tecnologia da revista The Economist conta a evolução da humanidade a partir da história de seis bebidas: a cerveja, o vinho, os destilados, o café, o chá e a Coca-Cola. Há uma sétima também: a água. O texto é para ser degustado.
Ilícito, de Moisés Naím
Se o seu presenteado gosta de acompanhar política, economia e criminalidade, este é o melhor livro que conheço. Ele mostra como as redes criminosas aproveitam as facilidades do mundo globalizado e interconectado para se alavancarem. Dá uma visão de conjunto muito interessante para dar contexto a vários aspectos da vida pública moderna, do pré-sucesso de Tropa de Elite ao vacagate do Renan Calheiros. Claro: se é que ele não leu ainda. Mas muita gente bem-informada com quem converso ainda não leu o livro, então sigo indicando.
Cien Años de Soledad - Edición Académica, de Gabriel García-Márquez
Sim, está no original em espanhol. Mas, ainda assim, custa mais barato que a edição brasileira. Em capa dura e acompanhado de uma bela coleção de artigos interpretativos e uma árvore genealógica dos Buendía, é um belíssimo presente para quem lê ou está aprendendo a ler em espanhol. O texto de García-Márquez, em português, me fez perder a parada de ônibus uma vez em Porto Alegre, aos 18 anos. Em espanhol, ele me fez viajar com seu realismo fantástico - que, pra falar a verdade, nada mais é do que contar em linguagem culta, perfeitamente urbana, histórias tal como nossos antepassados da roça as ouviam e repassavam: "Era silencioso y retraído. Había llorado en el vientre de su madre y nació con los ojos abiertos."
Kind of Blue, de Miles Davis
Obra prima absoluta. Devo ter comprado umas dez vezes, para mim e para presentear amigos. O ser humano trabalha bem com a escassez. Com 27 letras, Shakespeare escreveu toda sua obra. Com sete notas, alguns dos melhores músicos da história do jazz criaram esta gema rara. Quando você olha um copo, ele é tão polido industrialmente que você não lembra que houve trabalho humano para fazê-lo. Quando você ouve o "Kind of Blue", precisa fazer um esforço superior para lembrar que Miles Davis, John Coltrane, Jimmy Cobb, Cannonball Adderley, Bill Evans, Paul Chambers e Wynton Kelly eram tão humanos quanto nós. Mas, em apenas duas sessões e na base do improviso, conseguiram produzir tudo isso. Se ficar tão apaixonado pelo disco quanto eu fiquei, vá atrás do livro que conta a história da gravação.
O Poderoso Chefão - caixa com os três filmes
Acho que não conheço ninguém que não goste destes filmes. De vez em quando, eu gosto de reassisti-los. Às vezes, apenas acompanhando as imagens e ouvindo os comentários do diretor. Há sabedoria siciliana neles - e, depois de assisti-los com atenção, começa-se a ver filiais da Sicília pelo mundo inteiro. Certa feita, li o livro de Mario Puzo que deu origem ao filme. De trechos em trechos, eu parava a leitura para assistir à recriação da história na tela. Atualmente estou lendo o The Godfather Returns, de Mark Weingartner - uma "continuação" do primeiro romance, escrita depois. Não tem a mesma classe, mas tem méritos fortes.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
E você com as festas?
Postado por Marcelo às 22:51
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