De tempos em tempos, é o mesmo ritual. Se você lê notícias na internet, acaba tropeçando no noticiário sobre o Big Brother Brasil. Todo tipo de particularidade sobre a vida dos personagens é noticiado e polemizado: um ficou doente, outra gosta de meninas, etc. A Folha Online está dando uma grande ênfase nisso. No RS, reserva-se espaços na capa do jornal para (adivinhe) a gaúcha que estará no Big Brother. E eu com isso?
Vá lá: há quem goste, se interesse e até assine canal de TV paga só pra ver aquele monte de gente saudável alegremente praticando a vagabundagem. Mas não dava pra pelo menos não misturar as notícias disso com as notícias de assuntos de verdade?
Essas notícias geralmente estão no meio do noticiário sobre artes e espetáculos, que abrange de livros a atrizes pagando calcinha, de cinema aos vaivéns dos namoros de apresentadores.
Que tal a criação de uma editoria de não-assuntos (ou, pra dar um nome mais palatável, "Celebridades")? Podia-se colocar lá todo o noticiário sobre o Big Brother, a irmã da Britney Spears, a atriz que mostrou a calcinha, etc.
O que interessa pra quem quer ler sobre filmes, imagino, é o que fazem no trabalho. Tirando o Big Brother, todo esse noticiário se refere ao que essa gente faz quando não está trabalhando. Bom, o Big Brother também.
Separando as editorias, quem quiser saber da última fofoca dos artistas e outras subcelebridades pode alegremente clicar no link apropriado e deleitar-se. Quem não quiser não precisa. Simples assim.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Pelo direito de não ler sobre o Big Brother
Postado por Marcelo às 18:15
Marcadores: churnalismo, jornalismo
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6 comentários:
marcelo, uma pesquisadora do doutorado em Sociologia da UFPE, Fabiana Moraes, está mergulhando nesse tema. a tese é sobre a 'não-notícia' nas revistas de celebridades. com pesquisa de campo em salões de beleza, para conversar e observar os leitores e leitoras.
assino em baixo!
sou mais um dos novos leitores trazidos acá pelo noblat, e estou adorando tudo! parabéns!
Não dá não. Essa é uma das mais eficientes táticas de marketing que há. Um programa de TV, digamos, limitado como o BBB não poderia abrir mão disso. É feito um bombardeio tão intenso dele em todos os canais de comunição que a pessoa quase se sente um ET por não estar acompanhando. Os meios de comunicação que tentarem elevar o nível, dando a atenção mínima que tal lixo merece, perderão usuários e, por tabela, propaganda.
Sei lá se irritar leitores atentos é um bom marketing...
O problema é que leitores atentos são minoria :-).
Ah, sim. Mas são uma minoria permanente.
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