quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O cigarro hoje cheira mais?

Está proibido o fumo de cachimbos e charutos em bares e restaurantes em São Paulo. No Recife, o fumo em locais fechados será fiscalizado a partir de hoje. O ministro Temporão quer incluir no PAC da Saúde a proibição nacional do fumo em lugares fechados. No Reino Unido, a proibição do cigarro em lugares fechados é tão fiscalizada que até os Rolling Stones quase pagaram multa pelo antigo hábito do Keith Richards. A França já proibiu. Turquia também. Na Itália, a proibição ao fumo em lugares fechados teria reduzido os infartos. Em Londres, a proibição revelou cheiros horríveis nos bares.

Hoje à noite, vou ao Café Piu-Piu para um tributo ao Deep Purple, com a banda Powerhouse. Sempre que vou lá - ou a qualquer outro bar -, volto com a roupa e o cabelo impregnados de cheiro de fumaça. Às vezes, sinto daqui se algum vizinho está fumando. Não fumo, nem sou radical anti-tabagismo (cada um se mata do jeito que achar mais conveniente...), mas sempre acho estranho o quanto tenho sentido o cheiro de cigarro. Comecei a trabalhar em jornal num tempo em que se fumava em redação. Comecei a pegar ônibus num tempo em que se fumava no ônibus. Meus pais sempre fumaram. Não lembro de sentir tão forte o cheiro.

Nos últimos meses, conversando com amigos fumantes e não-fumantes, surgiu a pergunta: será que o cigarro está mais fedido ou as crescentes restrições ao fumo fazem com que a gente sinta mais o cheiro?

Em novembro, o jornal espanhol El Pais publicou um impressionante infográfico vários de nomes de substâncias químicas que vão no cigarro. Diz um estudo noticiado pelo jornal que esses elementos visam acentuar o vício. Mas os fabricantes dizem que boa parte deles é para mexer no aroma do cigarro.

Será que esse monte de química ao mesmo tempo vicia e fede mais? Escreva suas observações aí nos comentários.

2 comentários:

Luiz Edmundo disse...

Esse negócio de fedido varia com o gosto, tem quem goste de cheiro de incenso, tem quem goste de perfume e tem quem não suporte e até se sinta mal com tais aromas.Infelizmente ainda fumo e continuo achando o cigarro tão fedido quanto sempre. Os mais baratos, incluindo os de saquinhos como Trevo (da Souza Cruz)e aqueles fumos pretos não lavados, fedem mais, pois devem ser caras as substâncias aromáticas. Os cigarros falsificados também fedem mais. Valeu pelo infográfico: se eles quisessem um cigarro cheiroso realmente eles colocoriam baunilha nos cigarros, como colocam cravo em alguns. Apóio a proibição do cigarro em locais fechados, assim como apóio que o álcool receba o mesmo tratamento na mídia e nos rótulos. Medidas como proibir a venda em rodovias me parecem inviáveis e restringem a liberdade de quem não está dirigindo. Se funcionar a fiscalixação dos bares, por que não funcionaria uma fiscalização/punição com o uso do bafômetro, apenas para os motoristas?

Luiz Edmundo

Anônimo disse...

trabalhei na industria de cigarro por 25 anos. o que está mudando o cheiro do cigarro aceso, é o aumento da quantidade de talo no fumo cortado. é como adicionar madeira, já que o talo tem caracteristicas de madeira e nada de aromáticos naturais presentes na fôlha do fumo. cigarros mais caros, com menor teor de talo, tem melhor odor. é isso.