Ontem, no longo post sobre a nova reviravolta do caso dos cartões corporativos, comparei as atitudes dos nossos representantes a uma espécie de jogo de salão, de super trunfo. É o risco que se corre quando uma atividade de interesse público se torna auto-referente. É a disputa pela disputa, evitando ao máximo a interferência do interesse público que gera a atividade. E quem banca somos nós.
A melhor ilustração possível disso é o resumo feito ontem no Jornal Nacional sobre os bate-bocas de ontem na CPI dos cartões corporativos - que estava orgulhosamente quase morta, nas palavras ditas anteontem pelo vice-presidente do Senado. Governo e oposição agem como crianças brincando de pega-pega no pátio da escola. "Tiiia, mas foi ele quem começou!" A única diferença são as gravatas.
Na verdade, é tudo jogo de cena pra ninguém prestar contas ao cidadão.
São esses os representantes do povo que acusam a Transparência Brasil de tentar desqualificar a atividade parlamentar quando a entidade publica estudos calculando quanto custa ao bolso de cada cidadão manter a brincadeira toda.
E o pior é que, se você for olhar as caixas de comentários dos maiores blogs de política, o jogo de salão se entranhou tanto no inconsciente coletivo que ambos os times têm torcidas organizadas com seus próprios hooligans.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Um lamentável jogo de salão
Postado por
Marcelo
às
14:09
Marcadores: cultura política, de gre-nais e outros demônios, gente que não presta
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