Desde que começou a controvérsia sobre se é dossiê ou banco de dados o levantamento feito pelo governo sobre os dados de gastos dos tucanos, achei uma controvérsia besta, porque pra mim é óbvio que bancos de dados podem ser fonte de dossiês. O José Roberto de Toledo, coordenador de treinamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, percebeu que nem todo mundo enxerga isso - inclusive na imprensa. Num recente e-mail para a lista da associação, ele estabeleceu as diferenças:
- Essa discussão semântica dossiê/banco de dados é patética. Quem já abriu um Access da vida sabe que a função de qualquer banco de dados é gerar relatórios sintéticos sobre o seu conteúdo. Se alguém quiser chamar de dossiê, fique à vontade. Um banco de dados não exclui um relatório/dossiê e vice-versa. A questão é: organizado o banco de dados, qualquer um com acesso a ele pode perguntar o quiser, ou seja, montar o relatório que bem entender, sobre dona Ruth, dona Marisa, dona Dulce, dona Rosane, dona Marly ou dona Lilian... E o BD vai gerar o relatório instantaneamente. Daí você pode batizar do jeito que quiser: dossiê, pasta rosa, pasta azul - o que render o título mais chamativo. Tecnicamente, será um banco de dados respondendo a uma pesquisa na forma de um relatório, cujo tipo mais comum é o de planilha eletrônica (tipo Excel).
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