quinta-feira, 24 de abril de 2008

Gente que não presta, mas adora dar discurso

O governador paranaense, Roberto Requião, compareceu no final de semana ao casamento da filha da Dilma Rousseff, em Porto Alegre. Manifestando apoio à ministra no caso do tal dossiê-ou-banco-de-dados, ele disse ao Estadão:

    "Esse dossiê é uma bobagem", resumiu o governador do Paraná, Roberto Requião. "Qualquer coisa que diga respeito a despesas de pessoas públicas deve ser aberta."

É isso mesmo, tem que prestar contas. Lembro que, ao ler isso no domingo, eu cutuquei minha mulher e brinquei: "que legal, finalmente o Requião disse algo com que eu concordo!". Parece, porém, que ele mesmo não concorda muito - a menos que ele não se considere uma pessoa pública. Hoje, eu abri o jornal e estava lá:

    O desembargador Rosene Arão de Cristo Pereira, do Tribunal de Justiça do Paraná, determinou anteontem que o governo Roberto Requião (PMDB) envie, num prazo de cinco dias após notificação, todas as informações sobre o uso de cartões corporativos, solicitadas pela oposição na Assembléia Legislativa. Por não ter recebido resposta positiva aos requerimentos enviados à Secretaria de Estado da Administração e Previdência, o líder oposicionista, deputado Valdir Rossoni (PSDB), recorreu à Justiça.

    Ao negar os dados, a Casa Civil argumentou que havia necessidade de que o pedido fosse aprovado pela Mesa da Casa. "Pedidos de informação dessa espécie não se vinculam à aprovação ou não em sessão da Assembléia, exatamente por serem de acesso a todos os cidadãos. Não se diga que os gastos com os tais cartões corporativos são protegidos pelo sigilo, por princípios de ?segurança?", contesta o desembargador. "Em pleno século 21, aqueles que são eleitos pelo povo para chefiar o Poder Executivo insistem em achar que, ao tomar posse, colocam-se acima da lei e das instituições fundantes do Estado democrático de direito."

    A secretária da Administração, Maria Marta Lunardon, estudará a resposta a ser dada à Justiça, já que considerou a decisão "bastante agressiva". Segundo ela, em julho e outubro o governo já tinha respondido a dois pedidos de informações feitos pela Assembléia e não houve omissão.

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