A Procuradoria Regional Eleitoral teve uma boa iniciativa: pegou a recentemente lançada lista das 100 maiores indústrias emissoras de CO2 do estado de São Paulo (baixe aqui) e verificou com os dados da Justiça Eleitoral quantas delas foram doadoras eleitorais em 2006. Descobriu serem nada menos de 29.
O problema é que em 2006 a eleição era estadual e nacional. Não dá pra tentar ver o impacto local na cidade onde a empresa polui. Mais ainda: salvo engano, as autoridades locais têm influência grande na fiscalização da poluição.
A título de experiência, peguei a primeira empresa poluente e doadora na lista (a Petroquímica União, quinta no ranking, queimadora de 1.461.287 toneladas de combustível fóssil em 2006) e fui ao Às Claras ver como ela doou para candidatos de Santo André, a cidade que a colocou em posição tão alta. Bingo:
- * em 2004, a empresa, doou R$ 1,284 milhão a 19 candidatos. Desse montante, 38,3% foram para 11 candidatos de Santo André;
* isso incluiu R$ 310 mil para o prefeito então eleito, João Avamileno (PT), do qual foi a maior doadora;
* dois vereadores eleitos, um eleito pela média e cinco suplentes também receberam doações;
* Santo André foi a única cidade onde a Petroquímica União doou para dois candidatos à prefeitura - o derrotado recebeu cerca de um terço do vitorioso.
Uma pesquisa sobre as outras empresas poluentes deve trazer revelações semelhantes.
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