O Ricardo Kotscho fez uma entrevista (ou "dois dedos de prosa" com o presidente Lula. Nela, ele pergunta o que Lula pretende fazer em 2011. A resposta:
- - A primeira coisa é voltar para minha casa... Mas o que eu tenho vontade de fazer mesmo no dia seguinte à posse do novo presidente é ir para meu terreninho em São Bernardo do Campo (uma mini chácara, às margens da represa, chamada “Los Fubangos”, que não quer dizer nada) e fazer um feijão com costelinha de porco, deitar numa rede e dormir, e não falar mais de política... Uma coisa que só quero ver é se, quando terminar o meu mandato, todas as pessoas que me convidaram para passar uns dias na casa delas na praia ou no sítio, vão se lembrar de me chamar. Porque, quando você deixa o poder, costumam esquecer estas coisas...
Estranhei a insistência no "que não quer dizer nada". Há sete anos, eu trabalhava na Folha quando o Kotscho escreveu para lá um perfil do Lula. Lá pelas tantas, o perfil dizia o seguinte:
- Lá, cercado por filhos, cunhados, netos, noras, amigos, vizinhos e cachorros, que não paravam de chegar, revelou à Folha, em entrevista exclusiva, a receita do PT para a campanha de 2002, enquanto preparava no fogão a lenha um coelho "a Los Fubangos" (nome inventado pelos filhos, que não quer dizer nada).
Na época, eu já estranhei. Conheço três significados de "fubango" na gíria: mulherengo, feio pra caramba e ruim de doer. Isso está longe de "não querer dizer nada", como o Kotscho insiste.
Que tipo de fubango é o presidente? Não que seja algo importante, mas é mais significativo do que a insistência do Kotscho em dizer que não quer dizer nada.
2 comentários:
Com essa história de ir pro sítio depois do mandato, lembrei de uma entrevista do FHC, de 1999:
Folha - Em 2003, depois do seu segundo mandato, o que o sr. pretende fazer?
FHC - Se possível, no Brasil. Bom, pretendo estar com meus livros, escrevendo, em Ibiúna (...).
Em Ibiúna quer dizer o sítio que ele possui. Aliás, como será o nome? "maison de alguma coisa..."
Parece que dizer isso é lugar-comum.
Um abraço
É um grande lugar-comum mesmo, tanto a pergunta quanto a resposta. O que me intrigou mesmo no caso da entrevista do Lula foi a questão de fubango "não querer dizer nada".
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