No final da tarde desta terça-feira, uma notícia colocou São Paulo em alerta: um avião da empresa Pantanal teria caído no bairro de Moema, próximo ao aeroporto de Congonhas, onde ocorreu um terrível acidente no ano passado. Gelei: na sexta-feira, mais ou menos àquela hora, eu e um dos meus chefes desembarcávamos em Congonhas, de um teco-teco da Pantanal em que a aeromoça morria de medo de o Patrick manter sua mochila sobre o colo. E se fosse o mesmo avião?
A notícia saiu primeiro na emissora de notícias Globo News, de onde foi parar no Globo Online, às 17h19. Imagens feitas com celulares chegavam às redações de TVs e internet, mostrando uma coluna de fumaça na região. Sites como a Folha Online solicitavam a colaboração dos leitores. O Portal Imprensa colecionou as imagens das páginas com a manchete.
Em menos de 10 minutos, às 17h28, tanto a empresa aérea quanto a empresa que administra os aeroportos brasileiros negaram a informação. O Blog do Noblat atualizou sua nota sobre o caso conforme chegavam as informações. Tratava-se, na verdade, de um incêndio numa loja de colchões, como relatou a Reuters.
Em nota enviada à imprensa, a Globo News eximiu-se de culpa: "A respeito do incêndio ocorrido hoje à tarde em São Paulo, a Globo News, como um canal de noticias 24 horas, pôs no ar imagens do fogo assim que as captou. Como é normal em canais de notícias, apurou as informações simultaneamente à transmissão das imagens".
O texto não informa de onde veio a informação que incluía até o nome da empresa aérea do avião que teria caído.
terça-feira, 20 de maio de 2008
É um pássaro? É um avião? Não: é o jornalismo em tempo real
Postado por Marcelo às 21:58
Marcadores: churnalismo, jornalismo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Será que isso quer dizer que um avião da Pantanal está desaparecido?
Tem um capacete em casa?
Aparentemente, não. Mas até hoje existe uma teoria de que nenhum avião colidiu contra o Pentágono no 11 de Setembro. Vai saber. No mínimo, o avião da Pantanal bateu contra a fábrica de colchões, dando início ao incêndio, e os bombeiros - que trabalham para o governo do estado - ocultaram o desastre rapidamente para evitar prejuízos eleitorais à candidatura do PSDB à prefeitura de São Paulo.
(Tomara que nenhum espalhador de corrente leia os comentários deste blog. Essa seria forte candidata à popularidade nas caixas de comentários dos blogs mais populares sobre política.)
"Àquela altura, minha fonte já tinha apurado que de fao existia um avião da companhia Pantanal, que, segundo as primeiras informações da Globonews havia despencado no meio da selva de pedra paulista. Só que o avião estava na pista, para decolar, quando o piloto viu a fumaça e avisou que não ia levantar vôo."
http://sergioleo.blogspot.com/2008/05/o-colcho-ereo.html
Sim, realmente existe um avião da Pantanal nesse horário. É o avião em que eu vim de Bauru. Ele vem de Araraquara, faz escala em Bauru, pousa em Congonhas em torno das 16:50 e depois decola de novo não sei pra onde. O que não me parece claro é como é que foram botar justo esse avião no local do incêndio.
O boato foi suficiente para complicar o trânsito, mesmo antes de os bombeiros interditarem a Sto. Amaro. No meu caso, por exemplo, quando saía do trabalho, vi a coluna preta de fumaça e algumas pessoas comentando sobre um avião.
Corri para o carro, para evitar o trânsito pós-acidente-aéreo. Já era tarde demais. Aparentemente a combinação fogo-no-colchão + boato, consegue complicar mais o tráfego de veículos.
Abs
Postar um comentário