segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pangloss ataca novamente

Do O Globo:

    Em entrevista nesta segunda-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, considerou a anulação das eleições no município de Benedito Leite (MA) como o caso mais grave ocorrido nas eleições deste ano. Ele disse que falou por telefone com a presidente do TRE do Maranhão, Cleonice Freire, que decretou a nulidade da eleição e convocou novo pleito para o dia 26 de outubro.

    O ministro relatou que cerca de 600 pessoas incendiaram urnas e mantiveram presos o juiz local e seu filho pequeno. A cidade já havia recebido auxílio de força federal com 11 agentes do Exército e 10 policiais militares, que conseguiram resgatar o juiz e a criança, mas não contiveram a destruição das urnas.

Contrasta bastante, na verdade, com a outra declaração feita também hoje por ele:

    "Ela transcorreu sem graves incidentes, portanto sem que as Forças Armadas tivessem que intervir nos locais [ 460 municípios] onde estavam posicionadas. Não houve uma única morte, nem emboscadas ou assassinatos"

Mas também contrasta bastante com as outras notícias de assassinatos.

E também contrasta bastante com outra que saiu agora há pouco no site do próprio TSE: no interior de Santa Catarina, mesários foram envenenados. Ninguém morreu, mas o piriri deve ter sido forte: colocaram agrotóxicos ou herbicidas na água usada para fazer o café.

Claro, em nenhuma dessas cidades foi preciso marcar outra eleição - o que significa custos, sem falar no equipamento destruído. Mas poxa: são assassinatos, é envenenamento. Não é pouca coisa. Não dá pra considerar que foi uma eleição "sem graves incidentes", concordam?

Não tenho elementos pra comparar a violência da campanha eleitoral deste ano à dos outros anos. Mas se isto aqui é tranquilidade, estamos na Suécia:


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