(Post escrito longe da civilização, enquanto espero baixar uns emails pesados.)
Recentemente, comecei a resgatar coisas dos meus 14 anos com algum afinco. Primeiro encontrei o primeiro disco da banda Volkana. Depois, resgatei coisas dos Ratos de Porão que eu ouvia na época. Não consigo mais ouvir mais do que meia música por vez, mas a sensação de cantar os primeiros versos de "Terra do Carnaval" é reconfortante. Em janeiro, sai o remaster do meu primeiro disco do Deep Purple, um dia antes do meu aniversário.
Agora, em resposta a um amigo sobre como a gente muda de opinião sobre discos com o passar do tempo, lembrei que lá em casa pega a MTV pior do que se pegava em Porto Alegre em 1991. Como a emissora e a Sky não se entenderam sobre a licença, o sinal saiu do ar. Assim, não consigo ver o programa do grande Cazé, "Quinta Categoria", transmitido nas quintas à noite. Pena, ele é ótimo.
Aí, escrevendo a esse amigo, saiu o seguinte:
- Lembro de quando saiu o disco preto do Metallica. Do auge das certezas dos meus 14 anos, achei um absurdo o Metallica fazer baladinha. Tocava "Enter Sandman" até no rádio, que heresia!
Tinha também clipe na emetevê, mas pra pegar a emissora em Porto Alegre tinha todo um ritual muito elaborado.
Ele envolvia, se não me falha a memória, uma antena circular de arame, o canal 13 e tendinite no pulso ajustando a sintonia fina. Depois, tinha que jogar milho de pipoca no chão e dar 13 voltas em torno da TV, dois passos para a frente e um para trás, cantando o seguinte verso: "São Raul, São Raul, pega a MTV ou vai...". Depois, era preciso muita técnica divinatória para adivinhar que música era ou que imagem vinha no meio da chuvisqueira. No fim, a gente se divertia mais sintonizando do que de fato assistindo.
(Consta que, como a imagem resultante era uma bosta, depois de a raiz quadrada de 1% da população roqueira do Brasil proferir a mesma maldição, a frase "Toca Raul" tornou-se anátema no rock brasileiro, e a reputação do ex-parceiro do Paulo Coelho deu uma volta de 180 graus, deixando de ser o papa do rock nacional pra ser símbolo de tosqueira.)
Chega de digressão: passados quase 18 anos, hoje eu acho o álbum preto do Metallica um disco absurdamente bom.
2 comentários:
Nooooooosssa! Eu já tinha mais do que 14 anos, mas lembro perfeitamente da tortura que era ouvir Zeca Camargo e Astrid Fontenelle em meio ao chiado... Lembro direitinho do clipe do Shiny Happy People CHEIO de chuvisco. ;-)
Tá, eu sei que na adolescência faz diferença, mas 15 ou 16 não é tão mais do que 14 assim... *risos*
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