sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Defensores do todo-poderoso

Em Londres, um grupo de ateus resolveu pôr um anúncio nos ônibus dizendo:

"PROVAVELMENTE, NÃO EXISTE DEUS.
Agora, pare de se preocupar e curta sua vida."


O que eles fizeram com a sua descrença não é nada muito diferente, embora com o sinal trocado, do que absolutamente todas as religiões fazem para pregar suas crenças. A idéia é tão boa que fizeram o mesmo em Barcelona, logo depois. O único senão, apontam alguns ateus mais rigorosos, é o "provavelmente". O Guardian entrevistou Richard Dawkins a respeito.

Agora, carolas de toda sorte reclamam ao órgão regulador da publicidade que a campanha do ônibus ateu é mentirosa e vai contra os padrões comumente aceitos para a publicidade. Já foram recebidas 141 reclamações. Mesmo com o "provavelmente". Ah, que saudade do tempo do Torquemada! Não tinha tanta baixaria na tevê e nem se falava tão mal de pessoas importantes no jornal!

Eles, que acreditam no todo-poderoso, não precisavam fazer uma dessas. Era só deixar o ofendido decidir sozinho e punir os ofensores como lhe aprouvesse. Ou será que eles acreditam que provavelmente deus não vai fazer nada a respeito? Mas o cara não é todo-poderoso? Então, ora. Deixa ele provar que existe, caso exista, pra esses hereges verem só uma coisa. Afinal, o maior interessado em defender sua honra não é o ofendido?

Eu, no lugar dos diretores da campanha do ônibus ateu, faria o mesmo que seus oponentes, mas com sinal contrário: denunciaria todas as propagandas que dizem que certamente deus existe.

4 comentários:

r disse...

Valeu pelo link! Adoro as entrevistas do Dawkins.

Lendo o post fiquei imaginando uma coisa dessas aqui no Brasil... não seria nada mal, né?

Marcelo disse...

Seria bem interessante. Mas sofreria uma oposição ainda mais feroz. Não esqueça que estamos no país em que a Suprema Corte tem a estátua de um sujeito fazendo propaganda de desodorante na parede.

r disse...

Quem sabe no dia em que houver mais bicicletas na Paulista que carros, e sem acidentes...

Marcelo disse...

Espero viver pra ver isso. Só não sei se já não vou ter me escapado do Brasil.