quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Uma questão de perspectiva

A semântica é o penúltimo refúgio dos canalhas. Mas vale a pena observar como algumas estatísticas são apresentadas. As de homicídios, por exemplo.

Quem é que mata: o assassino, a circunstância ou a ferramenta que ele usa? Ou é a vítima quem é morrida? Depende da ferramenta, a julgar pelo noticiário.


Ninguém, mas ninguém mesmo, diz que "49,9% dos mortos pelos carros são pedestres". Tampouco diz que "Carros matam mais de 35 mil brasileiros ao ano".

No entanto, carros e armas pilotados por imbecis são responsáveis pela morte desse monte de gente todo dia.

    EDITADO: Caso você queira transformar seu carro numa máquina mortífera ainda mais eficiente, siga estas instruções.

6 comentários:

Barone disse...

Pergunta inocente: se os carros são responsáveis por milhares de mortes e mutilações a cada ano, por que diabos eles não saem das fábricas desenvolvendo uma velocidade máxima de, digamos, 100km por hora?

Marcelo disse...

Quase tanto faz - em São Paulo, só se faz mais de 20 por hora de madrugada. Ah, sim... por acaso, isso é quando o pessoal já bebeu.

Anônimo disse...

Caro Marcelo,

E a chuva? E as enchentes? Não podemos nos esquecer dessas assassinas seriais, frias e desumanas.

Marcelo disse...

É mais ou menos o mesmo, mas não totalmente. Ninguém pilota a chuva.

Anônimo disse...

Mas pilota a verba e as políticas públicas, né, Marcelo? A diferença está entre escolhas individuais e coletivas.

Torra minha paciência aquelas imagens das enchentes e gente chorando, como se fosse fatalidade. Mas, sabemos, que o orçamento para prevenir isso não é usado.

Quanto ao acidente que mata, você acha que o noticiário vai afirmar que o carro mata? E as montadoras, como ficariam? A mesma coisa com a liberação da cerveja como bebida não-alcoólica, e o lobby? Enfim, ótimo você apontar esses detalhes que fazem a diferença.

Marcelo disse...

Sim, verdade pura isso de pilotar as verbas que fariam a prevenção de desastres piores.