quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Do diário de Charles Darwin

Quando viajou pelo mundo a bordo do Beagle, Charles Darwin passou por um país exótico, o Brasil. Em 3 de julho de 1832, passando pelo Rio, ele escreveu em seu diário:

    Fui à cidade. Ao aportar, encontrei o Paço Imperial cheio de pessoas que cercavam a casa de dois operadores de câmbio que foram assassinados ontem à noite de uma maneira mais atroz que o de costume. — Dá bastante medo ouvir que crimes enormes são diariamente cometidos e saem impunes. — Se um escravo assassina seu mestre, após ser confinado por algum tempo ele torna-se propriedade do governo. — Por maior que seja a acusação contra um rico, é certo que em pouco tempo ele estará livre. — Todos podem aqui ser subornados. — Um homem pode se tornar um marinheiro, ou médico, ou qualquer profissão, se puder pagar o suficiente. — Já foi seriamente afirmado por brasileiros que o único defeito que viam nas leis inglesas era que elas não davam a pessoas ricas e respeitáveis qualquer vantagem sobre os miseráveis & os pobres. —

    Os brasileiros, até onde posso julgar, possuem uma pequena fração daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade. Ignorantes, covardes & indolentes ao extremo; hospitaleiros & de boa índole, desde que isso não lhes cause problemas; tranquilos, vingativos, mas não brigões; contentes com si mesmos & seus costumes, respondem a qualquer comentário perguntando "por que não fazemos isso como nossos avós faziam?".

2 comentários:

Anônimo disse...

Não surpreende que sua visita aqui tenha o ajudado nos seus estudos. O Brasil é um grande exemplo da lei do mais forte, em detrimento da lei propriamente dita, essa nunca respeitada.

Unknown disse...

Que coisa hein, quase 200 anos depois e a situação continua a mesma. O último a sair, por favor, apague a luz.