No espaço de dois dias, as falhas nas políticas de segurança pública chegaram aos quintais do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do governador de São Paulo, José Serra; e do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.
Quinta-feira, uma mulher foi morta com um tiro na cabeça após um assalto, na rua onde mora o José Serra. Estava saindo de uma agência da Nossa Caixa, o banco estadual. Um suspeito já foi encontrado, num aparente recorde de investigação de um latrocínio. Mas será que é o bandido mesmo ou é só pra mostrar serviço? Está pra sair o exame de balística.
Na mesma tarde, o Peugeot do José Fogaça foi roubado. Só o motorista estava lá dentro, porque o prefeito gaúcho estava de férias. Vale a pena ver o retrato falado do ladrão na matéria da Folha Online, com autógrafo do artista e tudo. Parece com os desenhos da capa do disco da Mallu Magalhães. Mas foi feito para ajudar nos trabalhos da polícia.
Na madrugada de sexta, um dos filhos do Lula, Marcos Lula, foi assaltado num semáforo, em São Bernardo. O governo do pai do assaltado executou apenas 71% das verbas orçamentárias destinadas à segurança pública em 2008, segundo o Contas Abertas.
Como eles não tomam ônibus ou metrô usualmente, nem usam o sistema de saúde público, para experimentarem os serviços que eles ou seus colegas entregam, é no mínimo triste que seu contato com eles tenha de ser tão drástico.
Eles sabem se proteger politicamente, como se vê no caso Edmar Moreira, que renunciou ao cargo de segundo vice-secretário da Câmara quando a coisa ficou feia (a culpa por seu mico é da imprensa, obviamente, segundo ele). Mas efetivamente? É isso aí que se viu quinta e sexta.
O que se deve ver mais para adiante é o aumento no uso de seguranças, e possivelmente um aumento do policiamento da rua do Serra. Não resolve nada, mas ajuda a impedir que o mundo real criado por suas políticas públicas toque em sua terra paralela.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Incapazes de se proteger
Postado por Marcelo às 23:23
Marcadores: cultura política
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