sexta-feira, 13 de março de 2009

Banqueiros e algemas


Do Blog do Vinicius:

    Bernard Madoff, o homem da fraude de mais de US$ 60 bilhões de dólares, confessou-se culpado diante de um juiz federal americano, em Nova York. Sua liberdade sob fiança foi cancelada e ele saiu do tribunal algemado, para a cadeia, onde vai esperar sua sentença.

    Madoff, ex-presidente da Nasdaq, é um escroque, mas fisicamente é um homem inofensivo de 70 anos de idade. Caso não estivesse algemado, o risco maior era de que saísse correndo do tribunal e se atirasse sob um carro.

    Mas é difícil dizer que os Estados Unidos não sejam um Estado de direito. No Estado de direito brasileiro, financistas não vão para cadeia, assassinos confessos e provados, mas ricos, ficam "presos" em casa, e se acredita que os juízes de primeira instância não valem o papel em que escrevem suas sentenças, pois ninguém (com advogados carésimos) será condenado até que o tribunal mais alto confirme a sentença do primeiro juiz, talvez décadas depois do primeiro julgamento, que em geral também demora muito.

    Os ricos também não podem ser algemados (ninguém se importa com as detenções do povaréu, enfiado aos cachações dentro de camburões, "apresentados" pela polícia, com policiais segurando suas fuças para quem mostrem a cara para as fotos).

    No Brasil, Madoff, se por um acaso remoto fosse condenado, ficaria livre até a morte.

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