quinta-feira, 26 de março de 2009

O Senado precisa é de um choque de transparência

Vira e mexe, rola algum escândalo com funcionários do Legislativo. Ora eles iam trabalhar no Congresso por indicação de sanguessugas, ora são terceirizados que vendem fitas, ora são diretorias excessivas cujo número a Mesa Diretora não faz a mínima questão de esclarecer.

Tem um jeito fácil de evitar escândalos com a composição do funcionariado de qualquer casa legislativa: publicar na internet a lista completa e atualizada dos funcionários, de preferência com cargos, lotação, função e gratificação. Salário, talvez.

Não é nada revolucionário e nem mania de fã da Suécia. O Executivo tem um site que faz mais ou menos isso, o Siorg. Por exemplo, aqui você pode consultar a árvore da hierarquia. Se for lá na Casa Civil, dá pra ver todos os assessores especiais lá lotados, com seu respectivo DAS. Esse código indica a faixa de salário do servidor, que é definida em lei. Assim, você pode saber onde o Fulano trabalha e fuçar quanto ele ganha e checar a quem ele responde. O Siorg também tem uma busca pra você procurar pelo nome do servidor. Mas ele só pega o Executivo.

O que me espanta é que o Senado gasta uma fábula de dinheiro por ano -- são R$ 87 por segundo, pelo orçamento de 2009 -- e não presta sequer serviços de informação estruturada eficientes. Isso sim me parece desperdício de dinheiro público. OK: ele tem um site, uma TV e um jornal (que, aliás, eu recebo). Mas, tirando a sempre genial consulta às atas de CPIs e movimentações de projetos de lei no site, tudo isso acaba se prestando mais a envernizar a vaidade de suas excelências.

Aliás, alguém mais ouviu falar em como ficou a questão da prestação de contas nota por nota das verbas indenizatórias depois desse escândalo todo? Pois é.

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