Nos anos 70, o cantor do Led Zeppelin, Robert Plant, costumava gritar que era um "deus dourado" quando ia à janela ou à sacada dos hotéis de luxo onde a banda destruía corações e aparelhos de TV. Hoje, faz shows em lugares pequenos e seu vestiário é uma barraca. Quando recebe Allan Jones, o editor da revista inglesa Uncut, pergunta se ele conhece algum cabeça de gravadora que possa ter interesse na banda de seu filho, Jesse Plant.
Faltando pouco tempo para o show de retorno do Led Zeppelin, em 26 de novembro — pelas minhas contas, a apresentação mais disputada de toda a história da música popular, com mil candidatos por ingresso —, leio a entrevista do antigo "Percy" sobre o assunto. Ele nega que o Led Zeppelin vá voltar a fazer turnês. Segundo ele, isso lhe traria más lembranças do filho Karac, que morreu aos 5 anos de idade no auge do Led Zeppelin.
- "O fato simples é que, quando eu perdi meu filho, quando Karac nos deixou, eu realmente mudei. Quer dizer, não há nada no planeta que se iguale a esse tipo de dor... isso ainda me arrepia. Não importa o quanto você seja bom, ou o quanto você é capaz ou forte ou bem-intencionado, não dá pra superar uma coisa assim. E, desde então, eu acho que o rolo compressor do estilo de vida pelo qual eu passei com o Zeppelin tinha de ser modificado, e foi isso que eu fiz. E há alguns lugares e situações aos quais eu simplesmente não quero voltar."
Para Allan Jones, o que de melhor Plant produziu nos últimos 30 anos, desde os últimos suspiros do Led Zeppelin, está no mais recente disco que gravou, com a cantora de bluegrass Alison Krauss. Eles procuram ir à raiz do blues que sempre foi a inspiração de toda a música produzida por Plant. Veja abaixo o que é a colaboração.
O que Plant acha que ficou dos anos do rolo compressor?
- "É estranho, sério. É como voltar a uma sala empoeirada, sob a luz da tarde, e uma porta abre de vez em quando e você entra por ela e dá uma volta, e lá está todo o trabalho daquela época orgulhosamente exposto, e você sabe que ele foi organizado pra manter alguma coisa, pra dizer 'ei, não esqueçam - isto é ótimo'. E é essa a minha visão da coisa com o Led Zeppelin: não esqueçam, porque foi ótimo, e lembrem da imaginação que entrou naquelas músicas e do quanto o processo era natural. Pode ter sido quimicamente induzido às vezes, especialmente no final, mas ainda assim era muito, muito, muito bom. Na verdade, é uma coleção excelente de material, o repertório do Zeppelin. Mas agora eu suponho que somos na verdade mais os curadores do que os criadores. Eu tinha 32 anos quando o Led Zeppelin morreu - já faz quase metade da minha vida. Minha visão agora é que o passado deve cuidar de si próprio, corajosamente."
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