sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Sinais trocados

O governo brasileiro vem dando sinais confusos sobre como trata a voracidade do mandatário venezuelano Hugo Chávez por poder continental.

Se nos bastidores o Brasil se militariza e busca formar alianças para se afirmar como uma potência independente, em público Lula elogia a democracia venezuelana e recebe aplausos de Chávez - o mesmo que faz questão de provocá-lo sempre que ele desconversa.

Preocupado com as declarações públicas, o Democratas redigiu uma carta criticando o apoio, especialmente na questão da extensão do mandato.

Com os sinais trocados, o mesmo noticiário que vê o Brasil levantando defesas também vê uma proximidade perigosa. Entre o investimento de recursos e o falamento de discursos, o mais concreto são os recursos. Quer-me parecer que a oposição vê o Lula mais próximo do Chávez do que de fato estaria. Isso o acaba levando a fazer mais declarações pró-Chávez, o que alimenta o ego do venezuelano, a percepção de proximidade e o Gre-Nal.

Falação costuma ser ar quente, por mais que se gaste papel e tinta a respeito; o que eu quero entender é o que está acontecendo nos bastidores. Hoje, não estou entendendo. Muito porque o noticiário a respeito acaba nublado pelo Gre-Nal.

Só uma coisa me preocupa: pra que diabos o Brasil pode precisar de bomba atômica? Compreendo as implicações geopolíticas disso. Mas é um brinquedinho perigoso. Um tanque de guerra ruim de manutenção pode no máximo encher a paciência de quem trabalha na oficina. Já uma bomba atômica ruim de manutenção pode causar potencialmente um Chernobyl.

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