quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Direitos iguais


Na Suécia, terra dos vikings, do pioneirismo no direito de acesso a informações públicas (200 antes da lei dos EUA) e dos meus tataravós, surgiu um novo movimento pela igualdade de direitos entre homens e mulheres: o Bara Bröst - que significa "seios nus" ou "apenas seios".

Diferentemente de outras vertentes do feminismo, o Bara Bröst não tem um travo anti-masculino. O movimento foi iniciado quando, em piscinas públicas, tentou-se impedir que mulheres fizessem topless. Ué, os homens não podem andar sem camisa? Direitos iguais, pô.

O site contém este manifesto:

    Nós exigimos:

    - Que se aceite que as mulheres andem sem a parte de cima da roupa em situações em que se aceita que os homens andem assim.

    - Que os seios não sejam considerados parte da genitália feminina.

    - Que os políticos tomem responsabilidade e ajam sobre esta questão.

    - Que as regras discriminatórias por gênero nas piscinas sejam retiradas.

    - Bem como as regras discriminatórias por gênero no sistema judicial.

    - Que as normas discriminatórias contra as mulheres sejam discutidas nas escolas, locais de trabalho e daí para a frente.

    Nossos objetivos:

    - Uma sociedade equalitária onde os corpos de homens e mulheres recebam igual atenção nas mesmas condições.

    - Que os corpos femininos não sejam sexualizados.

    - Uma sociedade onde uma mulher não precise se sentir um objeto.

    - Uma sociedade em que as mulheres não sejam discriminadas.

    - Uma sociedade onde seja socialmente aceito que as mulheres andem de topless em situações em que se aceita que os homens o façam.

Tudo isso de maneira muito escandinava: discreta, com argumentos, não com esculhambação.

Tirando o desenho ali em cima, que ilustra mulheres supostamente de todas as idades andando sem camisa, os sites das participantes do grupo não mostram uma imagem sequer de seios nus. Porque a idéia delas não é exibir seus corpos, e sim ter direito ao mesmo tipo de conforto dos homens que andam sem camisa.

E vocês, o que acham do movimento? As leitoras se engajariam? Os leitores apoiariam?

3 comentários:

Gabi Carvalho disse...

Oi Marcelo, tem dó, né, só na Suécia mesmo, algumas malucas podem achar possível andar com os seios nus sem despertar violentamente a sexualidade em homens de todas as idades. Além do mais, sutiãs ajudam a modelar o corpo e acomodam os seios de forma muito confortável no corre corre do dia-a-dia. Hoje, garotas da minha idade adoram os soutians que com leve enchimento que impedem aquele biquinho do peito,tipo farol aceso. Não tem nada errado no lance de andar com o corpo bem vestido e composto. Afinal, é por meio da roupa que a gente desperta mistério e sensualidade. Sem roupa a gente fica extremamente exposta. Sem mistério algum. Nem pensar, meu...Nem para homem, nem para mulher. Aliás, homem sem camisa só na praia ou na cama, pelo amor de Deus...
PS: Estive viajando para um congresso e fiquei sem aparecer, tenho muito estudado muito, além das provas de final de ano...De todo modo já li quase todos os posts. E, mesmo lendo com atraso, seu blog é maior bom, cara...Muito muito bom mesmo. Parabéns...

Marcelo disse...

Também acho que tem muitas roupas mais sensuais do que a nudez. Também imagino que a voracidade dos olhares de alguns homens não deva ser muito confortável. Mas simpatizei muito com o caráter desarmado da proposta delas. No primeiro mundo é uma coisa pelo direito de escolha de como encarar o calor. No Brasil seria algo completamente inviável fora de lugares específicos e rigorosos, o que basicamente enfatiza parte das diferenças que enfrentamos.

Seja sempre bem-vinda, faça boas provas e, estando em São Paulo, dê um grito.

Gabi Carvalho disse...

Gracias, muitas gracias, pela gentileza de trato. Eu estava lendo o caso do músico americano e nunca deixo de ficar triste com histórias cruéis assim, aí voltei e você tinha respondido o comentário tão lindamente! Fiquei mais leve outra vez.