terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Mais da pós paraguaia

O jornal ABC Color entrevistou hoje alguns dos estudantes brasileiros que foram fazer pós-graduação no Paraguai. Muitos deles sequer têm conhecimento suficiente de espanhol para compreender todas as aulas, mas ainda assim acham vantajoso. É mais fácil que fazer pós no Brasil, dizem.

    Os quase 3 mil estudantes brasileiros que fazem mestrado e doutorado em universidades privadas entendem pouco ou nada das aulas, por um motivo simples: elas são dadas em espanhol. Pelo menos esse problema têm os que estudam nas universidades do Norte (UniNorte) e Americana (UA). Apesar disso, ninguém se queixa, devido à flexibilidade e à falta de controle oficial desses cursos.

    "Entendo mais ou menos", disse ao ABC Color a estudante brasileira Renata Sampaio (30 anos), professora de psicologia do Rio Grande do Sul, Brasil.

    Como ela, são muitos os que vieram do país vizinho para fazer este curto curso de pós-graduação de verão (mestrado ou doutorado). A entrevistada se encontra atualmente cursando mestrado em Ciências da Edicação na UniNorte.

    "Entendo muito pouco de espanhol, e as aulas se desenvolvem nesse idioma", lamentou João Manoel de Almeida (33), que cursa mestrado em Ciências da Educação na UA. O entrevistado reside em Fortaleza, no Brasil, de onde veio para aproveitar essas ofertas educativas.

    A maioria tem esse mesmo problema, porque os docentes desenvolvem as aulas em espanhol, sem prévia preparação dos estudantes que falam um português muito fechado.

    O motivo principal pelo qual os universitários brasileiros vêm ao Paraguai cursar estudos superiores, sejam mestrados ou doutorados, é o baixo custo destes em comparação aos existentes em seu país.

    "No Brasil, os mestrados são para quem tem dinheiro. Estudar em universidades públicas é quase impossível, porque a burocracia é muita, e as privadas são caras", disse Almeida.

    (...) Por sua parte, Renata disse que tomou conhecimento dos cursos em sua universidade, através de uma empresa que os oferece. Disse que se sente satisfeita com as aulas, apesar de serem em espanhol. "Não entendo tudo. Compreendo mais ou menos o que dizem os professores, e isso dificulta meu aprendizado. Mas ainda assim é muito mais fácil fazer pós-graduação aqui do que no meu país, pois, além de ser mais barato, no Brasil eu não poderia trabalhar e estudar ao mesmo tempo", afirmou.

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