No último final de semana, estive no Rio para fazer uma reportagem para o Los Angeles Times, com o correspondente Patrick McDonnell. O texto já está no ar. Por artes da amiga Angelina Nunes, eu e o Patrick acabamos fazendo um curso-relâmpago de samba. Se não me tornei sambista - até porque é difícil converter um roqueiro duro de cintura -, pelo menos passei a entender o que os fãs do samba vêem no ritmo.
Começamos em Botafogo, enquanto o Patrick não chegava. Um barzinho onde rola um samba de calçada há mais de 20 anos. Sambistas profissionais aparecem por lá, uma vez por mês, pra tomar uma cerveja e testar músicas novas na mesa. Mas choveu e fomos embora. Este vídeo mostra o que rola:
Enquanto esperávamos o Patrick se aprontar e descer, em Copacabana, ouvimos uma música na calçada e fomos seguindo o som até a frente do Copacabana Palace, pra ouvir a banda do baile dos chiques e famosos. Era a Moinho da Bahia, que eu já havia visto em 2005, na Lapa. A cantora é baiana, foi a sucessora da Ivete Sangalo na Banda Eva. O repertório é eclético: até "Satisfaction" e o riff de "Smoke on the Water" a banda toca. E a voz da Emanuelle Araújo é doce e fluida como caldo de cana com limão. Pelo que se podia ver da rua, porém, era uma festa muito comportada. Mas isto são eles quebrando tudo no Teatro Odisséia:
Às nove da noite do sábado passado, estávamos na pista do Sambódromo. No meião da pista. Ia passar o ensaio técnico da Imperatriz Leopoldinense. Estávamos no lugar mais privilegiado. Como a bateria ia parando de instrumento em instrumento, pela primeira vez na vida percebi que aquilo não é uma massa amorfa, não é um vai-como-der. Achei interessante. O ensaio a que assistimos foi o último. Este vídeo mostra o primeiro:
Saindo do Sambódromo, fomos a Madureira, pra quadra do Império Serrano. Lá, no último sábado antes do carnaval, com ganas de voltar ao grupo especial, eles apresentaram aos seus "Imperianos de Fé" o que tinham de melhor: a bateria completa, a velha guarda, os compositores, o Jongo da Serrinha. Um espetáculo interessante - que o Patrick conta bem na matéria. Este vídeo mostra o último ensaio deles, na quinta-feira, alguns dias depois da nossa visita:
Ficamos por lá até umas três e meia da manhã. E ainda tínhamos que acordar meio cedo pra ir ao Jardim Botânico acompanhar o bloco Suvaco do Cristo. É um bloco que passa logo abaixo do braço aberto do Cristo Redentor. Tinha de tudo, até um Fred Flintstone xavequeiro e uma porteira com anteninhas rosa-pink. Este vídeo é do desfile de 2006:
Fora isso, ontem e hoje passaram dois blocos aqui na minha rua.
Mas pessoalmente?
Ainda prefiro meu bom e velho Deep Purple (tão velho que completa 40 anos dia 20 de abril). Eles estarão aqui em São Paulo dia 24. Posso não ter o mínimo pique de sair de casa no carnaval sem ser a trabalho, mas show do Deep Purple eu não perco por nada. Enquanto isso, fique com os mestres cantando "Strange Kind of Woman":
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