Renunciou o coordenador da Medicina da UFBA que culpou o "baixo QI" dos alunos baianos pelo mau desempenho do curso em avaliações nacionais. Deve se aposentar - talvez para poder passar o dia tocando berimbau na beira da praia, sei lá.
No Fantástico, ontem, foi mostrada uma reportagem em que estudantes de primeiro grau poderiam passar facilmente em vestibulares de faculdades particulares. Não que ninguém soubesse disso. Mas vejam só que interessante esta aspa do presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares, Abib Cury:
- "A Anup orienta as universidades para que mesmo que eles facilitem o vestibular, que coloquem o aluno dentro da universidade. Os melhores alunos do ensino médio não vão para iniciativa privada. Eles vão primeiro para o ensino público gratuito. O que sobra para o ensino particular é efetivamente aquele problemático."
Ou seja: para esses distintos senhores, o vestibular da particular é picareta porque o aluno é problemático e o curso de medicina da pública tem mau desempenho porque os alunos não têm capacidade.
Não entro no mérito de como são os alunos. Dando palestras em faculdades públicas e particulares, eu já vi de tudo, inclusive alunos excepcionalmente bons nas particulares e estudantes medíocres nas públicas. É óbvio que tem de tudo. Mas já diz mestre Sérgio Gomes que um professor é medido mais pelos alunos que entrega do que pelos alunos que recebe.
Sendo isso verdade (e eu acho que é), em ambos os casos os gestores do ensino parecem ter jogado a toalha. Um por achar que a faculdade não tem papel nenhum de qualificar os alunos que recebe, e o outro por assumir que o aluno é "problemático" e existe meramente pra trazer dinheiro para a instituição.
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