terça-feira, 16 de setembro de 2008

Scandinavian nights



Meia noite e meia passadas em Malmö. Acabo de voltar de uma longa conversa de quatro horas com o Svante Axbacke, um dos criadores do The Highway Star - primeiro website totalmente dedicado ao Deep Purple, onde comecei a aprender tudo o que sei hoje sobre a banda de que eu já gostava.

Já nos tínhamos encontrado uma vez em 2006, no Rio de Janeiro. Eu tinha acabado de receber um convite pra trabalhar na Transparência Brasil e o Svante tinha acabado de casar na embaixada sueca em Brasília. Íamos nos conhecer pessoalmente depois de bastante tempo trocando emails esporádicos sobre o Deep Purple, ambos com suas respectivas patroas não-fãs do Deep Purple. Tinha tudo pra ser um dia perfeito, mas um bandido com uma faca de cozinha estragou o dia levando embora minha máquina fotográfica digital e (o que é pior) esfaqueando meu braço.

Desta vez, não teve assalto nenhum. Pudemos tomar um copo de cerveja em dois bares diferentes, conversar sobre o Deep Purple, sobre engenharia de som e sobre a vida, o universo e tudo mais - e, além de tudo, sobre a suspeita de que a mulher dele pode ser minha prima distante.

Caso topem mais uma coincidência, o filho dos dois foi concebido no Brasil - em algum ponto entre a cerimônia da embaixada e os dias após a facada carioca. Mais uma? Eles foram a Londres em julho do ano passado pra batizar o guri numa igreja sueca. Mais ou menos na mesma época em que eu estava lá.

Só não deu pra tomar uma das cervejas num pub em frente à antiga casa dos meus antepassados porque ele não tinha mesa nenhuma disponível. Mas o Svante estacionou sua bicicleta em frente ao pub, sem correia nem nada.

Pra minha cabeça de brasileiro, o mais incrível de tudo - mais do que o filho brazuca dele, mais que a possível prima minha casada com ele - foi o fato de a bicicleta ainda estar exatamente no mesmo lugar quatro horas depois, sem corrente nem cadeado nem nada. Bem na frente da casa dos meus tataratios.

Nenhum comentário: