Vanderlei Siraque, candidato do PT na Santo André dos assassinatos do Celso Daniel e da Eloá, quase ganhou a eleição há três semanas, no primeiro turno.
Agora, no segundo turno, ele perdeu. Mas não apenas perdeu: conseguiu a façanha de ser o único candidato em todo o Brasil que teve menos votos no segundo turno do que no primeiro, na eleição deste ano.
Entre o dia 5, quando recebeu 182.387 votos, e hoje, quando ganhou 175.513, Siraque perdeu 6.874 eleitores - ou 3,8% dos votos que teve há 21 dias - a um ritmo de 387,3 simpatizantes perdidos por dia.
É um tipo de proeza que o Geraldo Alckmin conseguiu em 2006, quando perdeu em período semelhante quase 6% dos votos que ganhou no primeiro turno.
O povo que está cobrindo a eleição ainda não se ligou nisso. Nem o Estadão, que deu uma reportagem grande sobre a vitória do PTB na cidade, nem a Folha, que ressaltou que a derrota quebra 12 anos de administrações petistas na cidade, nem o G1.
Segundo estudo do Excelências (baixe aqui), o noticiário já apresentou Siraque como um dos deputados que mais expandiram seu patrimônio entre 2002 e 2006. Seus bens se valorizaram em 493%.
Isso aumentou. Seus bens valiam R$ 88 mil em 2002 e R$ 522 mil em 2006, segundo a reportagem. De acordo com os dados que ele enviou ao TSE neste ano, seus bens hoje valem R$ 758.906,71. É um aumento de 862% em seis anos, segundo o Excel me informa.
(Pra fins de comparação. Seu patrimônio cresceu a um ritmo de R$ 9 mil mensais nos 72 meses entre janeiro de 2002 e janeiro de 2008.)
Siraque também teve como principal doadora de sua campanha à Assembléia Legislativa, em 2006, a Petroquímica União. Foram R$ 200.000,00. Se você é leitor antigo deste blog, talvez lembre do link entre Petroquímica União e Santo André apontado no post Poluentes e Influentes: ela é a indústria que mais polui na cidade.
Mas, bom, ele não ganhou. Pelo contrário: perdeu até votos que teve no primeiro turno. Cabe à imprensa do ABC ficar de olho no vencedor, agora.
domingo, 26 de outubro de 2008
Perdendo feio
Postado por Marcelo às 20:36
Marcadores: cultura política, de olho nas eleições
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