Na Folha de hoje:
- De segunda a sexta, o maître Antônio Gomes Paiva, 51, termina suas noites de sono dentro do carro, estacionado nas proximidades da avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, zona oeste de São Paulo.
Ele só precisa estar no edifício onde trabalha às 7h30, mas estaciona diariamente antes das 6h. "Se não for assim, eu perco a vaga", explica.
Assim como Paiva, dezenas de motoristas que trabalham na região trocam o quentinho da cama por uma vaga gratuita para o carro. Às 7h, já não há mais onde parar no meio-fio das ruas entre a Berrini e a marginal Pinheiros. Às 9h30, muitos estacionamentos, que não são nada baratos, estão lotados.
Às 10h30, só sobram vagas a mais de quatro quarteirões da avenida e do lado oposto ao da marginal -onde, segundo frequentadores, é comum o furto de veículos. "É fácil ver gente dormindo aqui", afirma o produtor Mário Marcos, 62. "O luxo é uma falsa imagem que a avenida Berrini passa", afirma.
Sobram poucas opções para quem não vai de carro. Há apenas uma linha de trem, que não faz conexão com o metrô, e 20 linhas de ônibus, menos da metade das 48 que passam pela avenida Paulista, por exemplo (e que ainda tem metrô).
O texto seguinte fala das deficiências de transporte público e de mentalidade na região. Nessas horas, fico tão feliz de não precisar andar praquele lado...
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