Em março, o Senado começa a publicar os gastos dos senadores com verbas indenizatórias. Três semanas antes de começar, os funcionários responsáveis ainda não foram treinados, pelo que diz o noticiário. Some isso ao fato de a medida ter sido anunciada em novembro e se pode verificar o tamanho da prioridade dada por suas excelências à transparência.
(Na Câmara, já apareceram os gastos de verbas indenizatórias em janeiro - quando os deputados estavam em férias. Será que o Senado vai mostrar esses gastos ou vai apelar para a estratégia Quesada?)
Nos Estados Unidos, a coisa é um pouco melhor - mas não muito. O jornalista Steven Aftergood, uma autoridade mundial em direito de acesso a informações públicas, escreveu para o Nieman Watchdog que a escolha dos candidatos nos EUA é o momento ideal para pensar em conhecer o que de fato aconteceu no governo Bush. Em sua argumentação, há conselhos que servem inclusive para o presidente Lula em sua própria estratégia Quesada:
- "Um novo presidente pode achar vantajoso distinguir-se da atual administração e suas políticas. Ao expor o que é 'vergonhoso' em nosso recente passado, a nova administração poderá demonstrar uma ruptura com seu antecessor e plantar os fundamentos de uma presidência mais transparente e prestadora de contas. A maior parte dos principais candidatos dos dois partidos criticou especificamente o excesso de sigilo no governo Bush. Em particular, aqueles que agora fazem parte do Congresso várias vezes foram vítimas do sigilo da Casa Branca, e podem ser os mais motivados para repudiá-lo em feitos e palavras."
O chamado de Aftergood é particularmente interessante depois de ler o relatório do Center for Public Integrity segundo o qual o governo Bush mentiu pelo menos 935 fatos para justificar a guerra do Iraque. Percebam: esses 935 fatos são os que puderam ser checados com o que há agora de acesso a informações públicas. O "pelo menos" vai por conta do que não se conseguiu checar. Bush é fã da estratégia Quesada. No Brasil, mal e mal temos uma janelinha de verificação com documentos públicos.
A julgar pelo jeito como anda a campanha pré-eleitoral americana, porém, parece ser mais fácil os candidatos ficarem no discurso do que mergulharem na prática. O site da Sunshine Week vem acompanhando o que os pré-candidatos dizem a respeito do direito de acesso a informações públicas. Acompanhe aqui. Eles enviaram um mesmo questionário a todos os pré-candidatos.
Só dois responderam: John Edwards e Bill Richardson. Pois é, quase não se ouve falar deles no noticiário das primárias.
"Ilícito - O ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do tráfico à economia global"
"McMáfia - Crime Sem Fronteiras"
"Ensaios Céticos"
"O Operador - Como (e a mando de quem) Marcos Valério irrigou os cofres do PSDB e do PT"
"A Ética da Malandragem"
"The War Within"
"Morte e Vida de Grandes Cidades"
"Freakonomics"
"A História do Mundo em 6 Copos"
"Devagar"
"Raising Sand"
"The Complete Recordings"
"The London Sessions"
"Kind of Blue"
"Kind of Blue - A história da obra-prima de Miles Davis"
"A Love Supreme"
"A Love Supreme - A criação do álbum clássico de John Coltrane"
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