Hoje, a Folha informa que um lobby sindical liderado pelo deputado Paulinho Pereira da Silva convenceu o presidente Lula a desautorizar a fiscalização automática, por parte do Tribunal de Contas da União, de como as entidades usam os recursos do imposto sindical obrigatório. Agora, é preciso que o Ministério Público do Trabalho faça uma denúncia antes de haver fiscalização. O TCU reclama, com razão: como é obrigatório, é tributo; como é tributo, precisa ter sua aplicação fiscalizada.
O interesse das entidades é não precisar prestar contas do dinheiro que recebem obrigatoriamente dos trabalhadores, mesmo os não sindicalizados. Não se trata de troco de cachaça: o que foi aprovado representa R$ 100 milhões anuais a mais no caixa das organizações sindicais.
Há algumas semanas, se vocês lembram, surgiram notícias sobre como as autoridades encarregadas da fiscalização apontaram irregularidades em convênios com entidades ligadas às centrais.
Foi isso que levou o nobre representante do povo paulista a cometer o democrático gesto de ameaçar uma onda de ações orquestradas semelhantes às da Igreja Universal contra os jornais que ousaram noticiar as irregularidades.
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