quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Por que é legal pra caramba dar aulas

Acabo de receber um e-mail do repórter Aguirre Peixoto, do jornal "A Tarde", com três páginas em PDF com reportagens de política publicadas nos últimos dias. Todas as reportagens foram feitas a partir de análises de informações públicas.

Abri um sorriso imenso ao vê-las. Foram feitas a partir de técnicas de levantamento e análise de dados que mostrei a duas turmas de repórteres do jornal durante 10 dias no começo de julho.

Uma das pautas que estavam caindo de maduras era sobre quanto das verbas do ministério da Integração Nacional, ocupado pelo baiano Geddel Vieira Lima, ia para cidades baianas administradas pelo seu partido, o PMDB. O repórter Vitor Rocha descobriu: foram 75% das verbas, desde que o ministro baiano tomou posse. Mais ainda: dos 55 prefeitos do PMDB que receberam recursos do ministério, 38 foram eleitos originalmente por outros partidos. Um prefeito que recebeu verba mas não mudou de partido disse que só não mudou para não perder o cargo, mas que está apoiando o candidato do PMDB. Entrevistado, o ministro respondeu que políticos de partidos de oposição nunca lhe pediram verbas. "Não posso liberar dinheiro para quem não demanda", disse.

O próprio Aguirre fez uma reportagem, publicada na terça, sobre o crescimento do patrimônio dos candidatos a prefeito de Salvador. O de ACM Neto, por exemplo, dobrou. Segundo o deputado, ele vendeu um apartamento que passou por uma grande valorização e comprou um mais caro, além de receber rendimentos em suas aplicações bancárias. Outra do Aguirre, "Mais de 700 têm ficha suja", comparou os candidatos a prefeituras já registrados pelo TRE baiano às listas de candidatos com contas desaprovadas do TCU, TCE e TCM.

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