Quando o dólar começou a se desvalorizar por conta da crise no mercado imobiliário americano, os investimentos passaram para as commodities. Que ficaram tão caras que geraram prosperidade no Brasil e preocupações em países mais pobres, por conta do preço dos alimentos. Agora, com a quebradeira toda incluindo as commodities, ninguém mais no mercado financeiro sabe para que lado a coisa vai.
Mas um mercado não sofre crise, segundo esta notícia da France-Presse: a bolsa de uísque.
- O Índice Mundial do Uísque deu lucros em média de 26,2% aos clientes desde sua criação há 11 meses, segundo seu artífice, Michel Kappen, um ex-investidor bancário.
"Temos vários clientes que dizem que já não querem saber de nada dos mercados de valores porque perderam muito dinheiro. Eles acham este tipo de investimento mais honesto: obtém exatamente o que pagaram, podem ver o produto, que é físico", afirmou.
Desde que foi lançado em novembro passado, este negócio atraiu mais de dois milhoes de euros em investimentos, com transações que oscilam entre 1.000 euros e 1,5 milhão de euros.
Os clientes compram garrafas de uísque raro ou originais de puro malte no Índice Mundial do Uísque, e podem comercializar e especular. "Além do mais, se a pessoa não quiser vender seu uísque, sempre pode bebê-lo", conclui Kappen.
Faz sentido, obviamente. Nos anos 30, quando os EUA estavam sob o efeito da Grande Depressão e o governo decretou a proibição à venda de álcool, quem mais ficou rico foi quem fazia bebidas alcoólicas para vender no mercado paralelo. Porque, nessas épocas de incerteza, muita gente que está com o seu na reta alivia as tensões com o cachorro engarrafado do Vinicius de Moraes.
E valoriza mesmo: há um ano e pouco, um colecionador pagou cerca de R$ 110 mil por uma garrafa de 1850 de um Bowmore single malt. Mas essa está muito além da conta, porque é muito antiga mesmo.
No site do World Whisky Index, a garrafa mais cara também é de um Bowmore 38 anos, de 1957 - esta aqui. Custa mais ou menos R$ 5.500. Vai um gole?
2 comentários:
Caro Marcelo,
Quer dizer que o único sujeito para o qual o uísque faz bem é o fabricante? Ganha na bolsa e não contrai cirrose!
No caso dessa bolsa, o maior beneficiário é o colecionador, o cara que guarda o uísque sem beber. Mas um bom uísque, com moderação, sempre ajuda a relaxar.
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