sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O bardo em quadrinhos

Já imaginou William Shakespeare, o dramaturgo que mais influenciou a língua inglesa e que segundo Harold Bloom inventou o humano, virando personagem de história em quadrinhos? A revista Marvel Apresenta 32 conta essa fábula.

Ela traz uma seqüência da aclamada série "1602", escrita por Neil Gaiman e recentemente relançada. A série se passa no ano de 1602, quando a presença de um viajante do tempo vindo das colônias na América do Norte faz com que surjam na Inglaterra vitoriana os principais heróis da Marvel - incluindo uma família de aventureiros chamada "Os Quatro do Fantásticko".

O quarteto - versão adaptada daquele que ganhou dois filmes recentemente - segue vivendo na Inglaterra. John Storm e Benjamin Grimm são atores da trupe de Shakespeare. Estão prestes a interpretar "As Alegres Comadres de Windsor" quando o rei James faz uma visita a William para propor-lhe algumas alterações na peça "Macbeth", que Shakespeare passaria a escrever no ano seguinte. A história deslancha quando soldados de Victor Von Doom seqüestram o bardo. O que ele queria? Que Shakespeare o acompanhasse numa expedição ao fim do mundo para obter uma cura para sua deformidade - e, depois, escrevesse um épico contando a odisséia.

Ao longo da obra, há citações a outras peças de Shakespeare, como "Henrique V" e "Admirável Mundo Novo". Vale muito a pena ler a cena em que Von Doom declama o monólogo da batalha de São Crispim para que Shakespeare o aplauda, constrangido.

Na adolescência, mergulhei nas obras de Shakespeare com sede. Não sei se entendi muito delas na época. Para traduzir esta minissérie, socorri-me de um volume das obras completas dele, que tenho em casa e estava há tempos esperando uma oportunidade de pôr pra funcionar. Todas as referências feitas pelo escritor Peter David à obra de Shakespeare foram muito bem pesquisadas. Ele dificilmente dá ponto sem nó, como bem sabem os fãs do Hulk.

A história é bem divertida.

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